terça-feira, novembro 21, 2006

No lavar dos cestos é que se faz a verdadeira vindima

O caso SIRESP veio provar uma coisa que todos nós sabíamos: após a demissão de um governo (e deste ficar em gestão) o caldo de cultura para o desenvolvimento de tráfico de influências está criado.

Os governates ficam em pânico e, como existem imensas questões por resolver, gostam de deixar "limpos" toda uma série de dossiers em que estão envolvidos (eles ou muita da rapaziada que pulula por esses gabinetes ministeriais). Também há histórias de governantes que depois de saberem que estão demitidos aproveitam as últimas horas para despacharem a trouxe-mouxe todos os dossiers que têm em carteira e que alguém lhes põe na frente para assinar. Também se conhecem histórias de gabinetes ministeriais que quando chegam os novos "inquilinos" já lá não encontram nada. Dantes ainda lá deixam os computadores, embora com o disco formatado. Agora, fazem mesmo desaparecer os discos duros, não vá lá o diabo tecê-las.

As soluções para isto são muito simples ,só não se percebe por que é que ninguém se dá ao trabalho de as por em prática. Primeiro, o período de substiuição dos governos tem que ser muito mais curto. Importa, portanto, rever todos os prazos para demissão do governo, marcação de eleições, validação dos resultados, período de consulta aos partidos, ..., até à tomada de posse do novo governo. Depois é preciso criar legislação que regule a transição dos dossiers de um governo para outro. Lembro-me, a este propósito, da legislação que foi criada no Brasil por Fernando Henriques Cardoso quando da sua sucessão por Lula.

Com um período de nojo tão alargado e com a inexistência de legislação ou de um código de ética para a transmissão de poderes estão criadas as condições para se fazer a maior vindima possível ao lavar dos cestos.

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